quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PERCEBENDO A SI MESMO



Quando nascemos, somos apenas o Ser. Logo, logo, vão nos trazendo dogmas, conceitos, cultura e muitas identificações. E aí forma-se a mente.

No estado do nascimento, estamos abaixo do bem e do mal. Logo, logo, vão nos enchendo de deves e não deves. É quando manifesta-se o conhecimento do bem e do mal.

Precisamos nos libertar da mente e ficarmos a cima do bem e do mal. Se não nos desapegarmos da mente; se não conseguirmos estar a cima do bem e do mal; não saberemos com clareza o que é o Ser – aquilo que verdadeiramente somos.

Observe! Se você colocar uma vela acesa em um lugar com paredes e mobília; a vela os refletirá. Mas se você remover as paredes, as peças da mobília, então a vela refletirá apenas a si mesma. Não haverá outra identificação, outra visão.

Lembre-se: você é a luz, a consciência onde tudo se revela! Portanto não pense que é as revelações.

   

4 comentários:

Silvio ramos disse...

O homem reflete suas ações através de sua mente,não sei se a colocação esta certa. Porem o que á na mente do homem são só pensamentos, se retirados os pensamentos o homem terá só a luz da consciência.

Edson Carmo disse...

O homem reflete seus pensamentos, seus sentimentos, suas crenças, sua educação, seus títulos... Ao perceber apenas isso, ele se identifica - acha que essas coisas é ele. Mas ele é o sujeito, não o objeto; ele é o observador e não o observado.... Quando o homem percebe que ele não é essas coisas, então ele se depara com aquilo que de fato ele é: sua consciência.

Mandou bem Silvio. Grato por participar.

Abraços do amigo,

Edson Carmo

NOEMI disse...

Não existe o mal em si.

O mal é uma ideia, isto é, um ser que só existe nas nossas cabeças, ou melhor, ENTRE as nossas cabeças. Entre as nossas orelhas...Forjamos a ideia de mal a partir da nossa experiência cotidiana com aquilo que julgamos como mau (com 'u'). Portanto, é absurda qualquer teoria que afirme que há no homem uma tendência inerente ao mal, afinal como poderia haver na natureza uma inclinação para algo abstrato que não possui correspondência direta com nenhuma experiência específica e que só existe a partir da comunicação humana? Não obstante, vemos comportamentos que designamos como maus o tempo todo, o que nos leva a pensar na impossibilidade de uma sociedade em que não houvesse nenhum tipo de ação má. Paradoxo. Se não há uma disposição natural ao mal, por que, então, não conseguimos deixar de nos comportar de modo mau? A meu ver, a resposta se encontra no mito fundador da nossa civilização ocidental, a saber: o mito de Adão e Eva no Éden. A fábula bíblica, que vejo como uma alegoria da condição existencial humana, mostra que por mais harmônica e suficientemente boa que seja a relação entre o ser humano e seu ambiente, sempre haverá espaço para o descontentamento. Afinal, ao primeiro casal humano não faltava absolutamente nada. Gozavam do amor de Deus e de todos os frutos da terra. Por que diabos Adão e Eva foram se interessar logo pelo único fruto que não podiam comer? Por que não se contentaram com todo o resto? Por que quiseram ser mais do que já eram? Não creio que foi porque Javé proibiu. Não concordo com a tese de que tudo o que é proibido é desejável. Não é, por exemplo, a proibição de matar que leva alguém a matar. A meu ver, o fato de Adão e Eva terem QUERIDO o que não PRECISAVAM nos faz ver que há em todos nós não uma tendência a fazer bobagem, mas um furo, uma tortuosidade, um descontentamento (que os judeus chamaram de 'pecado') que nos faz querer sempre mais, por mais satisfeitos que estejamos. A meu ver, é esse furo e as consequências existenciais dele que nos levam à prática de atos que julgamos serem maus. Logo, não podemos cair na ilusão de que se mudarmos o modo como vivemos em sociedade, poderemos experimentar uma vida sem comportamentos maus. Que cada um se torne responsável por seu próprio descontentamento - é o máximo a que podemos chegar.

Edson Carmo disse...

Existem o homem natural (em estado animal); o homem carnal (o civilizado); e existe o homem espiritual (aquele que conheceu o transcendental). Você está narando a condição do homem carnal - e de fato é o máximo que ele pode conseguir!

Grato pela participação. Abraços do amigo,

Edson Carmo