quarta-feira, 30 de março de 2011

A EXPERIÊNCIA QUE ESTÁ ALÉM...


Estamos sempre diante de fenômenos. A maioria se faz perceber pelos nossos sentidos. Tomemos o exemplo do fogo. Quando o fogo está queimando a madeira, percebemos a claridade, os olhos estão em atividade; percebemos o calor, o tato está em atividade; percebemos o cheiro, o olfato está em atividade; percebemos o som das chamas consumindo a madeira, a audição está em atividade. Deveria estar acontecendo apenas isso, mas não! Deveria haver apenas o objeto e o seu observador. Mas não é só isso...

O cego pode perceber parte desse fenômeno, ele pode sentir o calor, o cheiro, o barulho... Mas ele não pode ver a imagem, não pode ter a experiência da imagem, então alguém diz: “você está perdendo, deixando de ver o espetáculo, as cores lindas que tem o fogo” – e isso o faz sentir-se incompleto. Uma outra percepção tem o surdo, ele pode ver o clarão, o cheiro, o calor, mas permanecerá alheio a experiência do som que ali está.

Quando um fenômeno está se desenrolando, algumas coisas podem ser percebidas e outras podem ser perdidas. Além do fenômeno, não são só os sentidos que estão funcionando! Está ativo o prazer ou o incomodo, porque há o que acha bonito; o que acha feio. Há o que sente atração e há o que sente repulsão. Há o desejo; há a rejeição. Há o que pode ver e o que deseja ver e não pode...

O cego não pode sentir prazer na imagem, ele está impedido de vê-la. Igualmente, o surdo não pode ter prazer no som, o som está separado dele. Nada disso seria ruim se fosse encarado como um fato. Mas como a coisa é encarada como um problema, então surge o sofrimento. Assim, diante dos fenômenos há sofrimento, por falta de discernimento, entendimento.

Edson Carmo

terça-feira, 29 de março de 2011

A ETERNIDADE E O TEMPO


Eternidade é o “espaço” onde os tempos se desenrolam. Mas eternidade não é tempo! Tempo é tudo aquilo que tem começo meio e fim. Eternidade nem tem começo, nem fim! Eternidade é o campo onde tudo acontece, onde todas as coisas começam e terminam.

Observe! Meu corpo é um tempo; seu corpo é um tempo; os objetos que utilizamos são tempos... Conhecemos bem o tempo! Mas quantos de nós conhecemos a eternidade? Conhecemos o passado, projetamos o futuro, estamos sempre estudando o tempo. Mas o que sabemos do agora que é sempre agora? Qual a nossa relação com o imutável? O agora que é sempre agora – esse que não pode ser medido, nominado, nem contado – é a eternidade por muitos desconhecida e evitada.

Por que nos apegamos tanto ao tempo?

Ora, nos apegamos tanto ao tempo, porque o tempo é medível, mensurável, tocável e contável!

Sem a medida ficamos sem referencias. Sem o nome não sabemos quem somos. Sem a história não somos ninguém. Sem o título desconhecemos o nosso valor... Todas essas coisas são tempos!

Se desapegássemos do tempo, seríamos eternos! Mas não abrimos mão de seremos alguém!

O eterno não tem medidas, o eterno é o vácuo – e nós não nos contentamos em sermos um nada! Queremos ser sempre algo ou alguém. É por isso que pensamos ser o corpo, enquanto desconhecemos nossa alma e conseqüentemente a eternidade.

Edson Carmo

sexta-feira, 25 de março de 2011

QUANDO O DIFÍCIL FICA FÁCIL


Todos nós nascemos com capacidades, e também, com incapacidades. Cada capacidade tem que ser desenvolvida e, toda incapacidade tem que ser conhecida. Essa é a única forma de atingirmos nosso potencial máximo.

Para tudo aquilo que há capacidade, não há dificuldade. E, para tudo aquilo que não há capacidade, não há dificuldade, e sim, impossibilidade. Na verdade não há nada difícil, mas há coisas impossíveis.

Existem coisas que são consideradas difíceis! Mas será que são realmente difíceis? É claro que não! A dificuldade não é uma conclusão real. Real é capacidade não-desenvolvida de quem declara o difícil. Tomemos alguns exemplos: olhe para uma criança de braço, ela não sabe andar. A mãe e o pai sabem, para eles, não há nada mais fácil! Então quem está certo? A criança de braço, que acha difícil andar, ou os pais que acham fácil? Andar, afinal, é fácil ou difícil? É claro que andar nem é fácil, nem difícil; andar é uma questão de capacidade desenvolvida. Aplique a mesma comparação no falar, no nadar, no cantar...

Portento, não diga que algo é difícil. Se esse algo não for impossível, então desenvolva sua capacidade, seu potencial. Se houvesse algo realmente difícil, então jamais poderia ser fácil. As coisas são como são, uns acham fácil, outros difícil, mas o real é a capacidade desenvolvida ou a capacidade não-desenvolvida.

Edson Carmo

quarta-feira, 23 de março de 2011

AS AÇÕES SÃO AS CÓPIAS, AS PESSOAS AS COPIADORAS, E AS IDÉIAS SÃO OS ORIGINAIS


Existem as idéias e os instrumentos das idéias. Desde os artistas, até os governantes – sejam eles quais forem – todos são instrumentos para disseminação de idéias. Assim, se há o homem mau, não é ele quem é mau, mas a idéia que se manifesta através dele. O problema não é o instrumento, mas a idéia que o usa. Veja! A idéia chamada nazismo, não criou apenas Hitler, ela também criou muitos outros racistas e matadores. A idéia chamada filosofia, não criou apenas Sócrates, mas um número incontável de filósofos. De uma idéia, de um original se pode fazer muitas cópias.

Existem dois mundos, o mundo das idéias e o mundo da materialização. A idéia é o original, a materialização a cópia. Idéia é o verdadeiro, a materialização o reflexo. Lembre-se: idéia é tudo aquilo que está por trás da materialização. Assim, podemos dizer que a idéia é o que há de verdadeiro, a materialização é apenas sua sombra. Como poderia haver a sombra se não houvesse o corpo?

Neste mundo não temos contato com o real, por isso esse mundo é chamado de mundo de ilusão. O que vemos não é o real, mas apenas uma cópia, uma foto...

Se quisermos combater algo neste mundo, não devemos lutar contra o instrumento, mas contra as idéias que os usam. Não acabaremos com as casas de aranha se antes não acabarmos com a aranha. Pessoas podem ser mortas com armas de fogo, mas as idéias não. Não é com violência que se acaba com uma idéia, mas com uma idéia superior.

Edson Carmo

segunda-feira, 21 de março de 2011

AUSÊNCIA OU PRESENÇA?


Treva, fraqueza, tristeza... Esses fenômenos são presenças ou ausências? Se você investigar bem direitinho, vai perceber que eles são ausências, e não, presenças.

Eu posso dizer que treva é ausência de luz, mas não posso dizer que a luz é ausência de treva. Porque eu posso chegar com a luz e sair com a luz. Eu posso intensificar a luz e posso diminuir a luz. Eu posso acender a luz e apagá-la. Mas o que eu posso fazer com a treva? Para onde eu Posso levá-la? Eu posso trazê-la para um lugar onde eu queira afastar a luz? É certo que não!

Treva é ausência e não presença. Fraqueza é ausência e não presença. Tristeza é ausência e não presença... Por serem ausências, não existem! Mas por que as pessoas as tratam como se existissem? Ora, essas pessoas foram criadas com fantasias, cresceram acreditando em mentiras. A mentira só “existe” se alguém acreditar, mas a verdade existe mesmo sem ninguém acreditar.

Muitos crêem que o mal é uma presença, mas eu vos digo que ele é uma ausência. Ausência do bem! Ausência de Deus. Deus criou o que existe, não o que não existe. O que não existe é uma ausência e não uma presença.

Portanto o frio não foi criado, ele é apenas a ausência do calor. A trava não foi criada, ela é apenas a ausência da luz. A morte não foi criada, ela é a ausência da vida. A tristeza não foi criada, ela é a ausência da alegria. O mal não foi criado, ele é a ausência do bem... Ausências não foram craiadas, ausências são faltas. Traga o que existe a sua vida e ela estará preenchida por aquilo que foi criado por Deus, por aquilo que veio de Deus. Tudo que foi criado por Deus é bom. Tudo o que Deus não criou, não pode ser bom.

Edson Carmo

quinta-feira, 17 de março de 2011

O TRUQUE DO AMOR ARTIFICIAL


Descobrir o Amor verdadeiro, não é fácil! É um processo árduo. Para encontrá-lo, é preciso penetrar profundamente em si, ultrapassar várias camadas internas. Existem camadas que se disfarçam de amor, elas são impostoras e confundem a muitos. Há a camada do pensamento. Há a camada do sentimento. Há a camada da emoção. Há a camada da excitação... Todas essas camadas devem ser transcendidas para se chagar no ambiente do Amor verdadeiro, a casa Divina. Que todos saibam: o Amor verdadeiro não é uma criação humana, não é um sentimento, nem um pensamento, nem uma emoção, nem uma excitação... O Amor verdadeiro é Deus em nós – descubra-O .

Entenda! Para nascer rosas verdadeiras, é necessário a intervenção Divina. O jardineiro pode tratar a terra, pode lançar na terra tratada uma semente selecionada, ele pode regar... Mas como o jardineiro pode fazer a semente germinar? Por isso, muita gente prefere fazer rosas de plástico.

Esse é o truque do ego: produzir algo falso que pareça com Amor.

O amor não pode ser criação sua, não pode ser obra do homem. O amor vem de Deus, é obra de Deus. Busque-o em Deus.

Edson Carmo

quarta-feira, 16 de março de 2011

POR QUE NÃO ESTOU CONSEGUINDO O QUE QUERO?



Há a consciência, e há o que chamamos de pessoa. A consciência somos nós, e a pessoas é o nosso conteúdo, nossa personalidade... Pessoa é a junção dos conteúdos: do invisível com o visível. Sim, as coisas invisíveis manifestam-se através das coisas visíveis, e a consciência observa ambos! Na parte invisível, estão componentes como: sentimentos e pensamentos. Na parte visível então as ações e as reações corporais. Para cuidar do visível, existe o médico, o personal trainer... Para orientar o invisível, existe o Mestre, o professor...

O visível foi criado como servo, mas nem sempre funciona como queremos. Nesse caso, o melhor que temos a fazer não é lamentar, e sim investigar, ver o que está acontecendo na parte invisível. Porque quando há crenças dizendo não, o visível não faz nada.

Tomemos um exemplo para entendermos melhor essa situação: imaginem que você está querendo algo, algo que você busca, busca, e não consegue. Você quer um namorado, uma namorada, e não consegue. Você quer um emprego, corre atrás, rala, rala, e não consegue... O que está acontecendo? Vejamos! O visível está buscando, mas não está encontrando, não está tendo sucesso na busca. O que fazer?

Quando isso acontecer é hora de ver o que está acontecendo com o lado invisível, porque é ele quem está impedindo que o visível consiga. Se o visível foi ordenado a fazer, mas existe a crença – que é invisível – que não é para fazer, logo se instala o medo. Essa crença diz: você é feio, é podre, é incapaz, não sabe... Quando essa crença aparece, ela traz o medo, e se há medo, então começa a fuga. E se se está fugindo, como é possível chegar lá? Nesse caso, a fuga é exatamente o afastamento de onde se quer chegar.

Então olhe para dentro, encontre a crença, o medo, a direção da fuga e livre o visível de tudo isso através de Consciência, daí então ele irá conseguir, estará confiante, convincente... Experimente!

Edson Carmo

terça-feira, 15 de março de 2011

GUETO, O TIRO QUE SAIU PELA CULATRA!


O opressor é também o oprimido. Aquele que exclui, cai também na exclusão. Vejam, os ricos excluíram os pobres, e agora os pobres estão excluindo os ricos da tranqüilidade, do sossego e da segurança imperturbável.

Existe um pensamento muito comum na mente da nossa sociedade: o de excluir para se tornar importante. Então quando alguém se mostra o melhor, automaticamente o outro recebe a classificação de pior. Os ricos estão morando em bairros nobres, que foram feitos longe das favelas. Os ricos estão andando em seus carros particulares, enquanto os pobres estão andando em seus carros populares – os busões. Essa é a lei da exclusão que rege nossa sociedade e fomenta muitas formas de corrupção.

Os sábios se definem, e são importantes, pelo que afirmam. Mas os ignorantes se definem, fazem-se importantes, pelo que discriminam. Só que a discriminação, a exclusão tem um preço muito alto, e é esse preço que a sociedade está pagando, com lágrimas e sofrimento.

Perceba! A violência, a roubalheira, os homicídios, as drogas... Todas essas ciosas são pagamentos que a sociedade tem de fazer por causa da exclusão.

A coisa aconteceu basicamente assim: criaram um espaço de inclusão, e outro de exclusão. Criaram um grupo de incluídos, e outro de excluídos. A população cresceu, a aproximação entre eles se deu, mas essa aproximação aconteceu apenas fisicamente, e não economicamente, etc. Desse fenômeno surgiu a violência que atinge a todos. Todos estão sofrendo! Assim, a exclusão invadiu a inclusão, sem que houvesse real aproximação. Quem excluiu antes, agora está sendo excluído, porque não pode sair na rua, não pode andar com seu relógio, seu celular...

Que tolice, esse pensamento da sociedade – exclusão! Os excluídos, por serem excluídos, não morrem, eles permanecem vivos, crescendo e se organizando vingativamente para tomar aquilo que eles têm certeza que foi tirado deles.

Nosso sistema de educação precisa ser urgentemente reformulado. A exclusão não está mais sendo aceita. Vamos trabalhar para integração, pela distribuição, pela recuperação, reintegração, pela inclusão, pela Paz.

Só para dar uma desopilada quero dizer mais uma coisa. Por causa da idéia do “feio”, criou-se a exclusão, e essa exclusão diminuiu o espaço da natureza e também da qualidade de vida. Hoje, o vento não pode mais assanhar o cabelo, é feio! É feio até ter o cabelo pixaim! Então, se tem que arranjar a qualquer custo, o dinheiro da chapinha, do gel... Ora, quem faz moda pode até ser encarado como criativo, mas quem faz de tudo para andar na moda, pode se tornar no mínimo repetitivo e no máximo destrutivo.

Que sociedade é essa que criamos! Não se pode espirrar, tem que cultivar o corpo estranho no nariz. Não se pode arrotar, é preferível se entalar..., e assim por diante. Será anti-natural o espirro? Não! Mas é anti-social. É anti-natural o arroto? Não! Mas é anti-social. Na mente da nossa sociedade, o natural é menos importante que o assim chamado “social”. Enquanto isso, na natureza, longe do habitat e das etiquetas humanas, não há loucura, nem psiquiatras; não há máfia, nem policia; não há guerras, nem terrorismo...

Para nossa sobrevivência, temos que começar a pensar nisso.

Edson Carmo

segunda-feira, 14 de março de 2011

A RELAÇÃO DAS PALAVRAS COM AS ROUPAS


Palavras sozinhas no dicionário, não dizem absolutamente nada! Mas se há quem as use e quem as escute, então elas podem dizer algo. Comparativamente, roupas no guarda-roupa, nem embelezam e nem encantam ninguém!

Palavras são como roupas: podem ser longas; podem ser curtas; podem ser estampadas, coloridas; podem ser cinzentas; podem ser tradicionais, fashion... Seja como for, cada uma delas transmite uma mensagem peculiar, diferente.

Pegando o exemplo da roupa curta, e aplicando a palavra, podemos dizer que: pessoas que falam coisas imorais, indecentes, são pessoas que não são levadas a sério. São pessoas que até servem para se tirar uma casquinha, mas não são desejáveis para um casamento.

As palavras, assim como as roupas, sujam, rasgam, amassam, desbotam... Então, roupas sujas devem ser lavadas, roupas amassadas devem ser engomadas, roupas desbotadas devem ser tingidas...

Há os que gostam de andar sempre com roupas limpas, engomadas, cheirosas... E há os que não se importam de andar com roupas sujas, amassadas e fedorentas... Há os que só falam palavras limpas, e há os que não falam outra coisa que não sejam palavras sujas.

Ainda há os que usam roupas emprestadas, são pessoas que não falam nada de si mesmas, porque são imitadoras, meras repetidoras daquilo que as outras pessoas dizem. Também existe um tipo de pessoa que não sabe a roupa adequada para cada ocasião. São pessoas que falam coisas erradas, na hora errada – elas não sabem o momento adequado, nem o que falar.

De qual dos dois tipos é você?

Diz um velho ditado: “o mundo trata bem, quem se veste bem.” Portanto fale bem, se expresse bem... Os outros lhe tratarão bem.

Edson Carmo

sábado, 12 de março de 2011

A VIDA E SEUS CONTEÚDOS


A maioria das pessoas define-se pelo conteúdo de sua vida, e não pela sua própria vida – a essência –, o que elas realmente são. O que é o conteúdo? Conteúdo é tudo aquilo que podemos observar em nós e até fora de nós. Então, nosso sentimento é conteúdo, nosso pensamento é conteúdo, nosso conhecimento é conteúdo, nossa casa, nosso emprego, nossa posição social... Tudo isso é o conteúdo das nossas vidas.

Se o meu sentimento é ruim, não é correto eu dizer que a vida é ruim. Se o meu pensamento é pessimista, então não é correto que eu diga, que a vida é péssima. Se eu tenho pouco conhecimento, não é correto que eu diga: “eu sou burro”. Todas essas coisas não são eu, são conteúdos – o que podem ser perfeitamente alterados!

Observe: baseado no conteúdo as pessoas dizem: “minha vida não presta.” Que vida é essa da qual elas estão falando? Com certeza não é a vida do ser, mas a vida do ter. Ora, o que você tem não pode ser você! Porque o que você tem, pode ser abandonado. Então abandone os maus sentimentos, os maus pensamentos; abandone os objetos que não prestam mais... Quando temos algo que não presta, então a melhor coisa a fazer é abandoná-lo. Para que ficar com algo que não funciona?!

Se você quer algo novo, então plante o que você quer de novo em sua vida. Aquilo que pensamos que a vida não está dando a nós é isso que não estamos dando a ela. Lembre-se: o plantar é o que determina o colher. A vida é sempre bela, o conteúdo pode ser também – depende de cada um de nós. Portanto, plantemos sorrisos ao invés de murmuração. Plantemos amor ao invés de rancor. Plantemos paz ao invés de conflito... Veremos que nosso conteúdo de vida pode ser infinitamente melhor.

Edson Carmo

sexta-feira, 11 de março de 2011

VOCÊ É O ESPAÇO ONDE TUDO ACONTECE


Consciência é o seu estado de percepção. Nesse espaço, os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as imagens, os sons... entram e saem – é como se fosse um filme em uma tela de televisão.

Quando você está consciente, então você não se apega; não se identifica com nada; não deseja, não sofre... Sabe que tudo no mundo é passageiro, e só a consciência é permanente.

Você não é suas idéias sobre si mesmo; nem o seu corpo; nem o que acontece a ele. Você é a consciência que assiste tudo isso.

Edson Carmo

quinta-feira, 10 de março de 2011

A DIFERENÇA ENTRE A ALEGRIA E O MOMENTO ALEGRE


Cada pessoa pode alegrar-se por duas vias. Há a alegria, e há o reflexo da alegria. A alegria-reflexo, é aquela que é percebida através de algo que funciona como um espelho. A alegria autentica, é aquela que só pode ser percebida diretamente, ela não é possível por meio de intermediários. Esses são dois níveis diferentes: um é o nível superior, e o outro é o nível inferior.

No nível mais baixo, a alegria é dependente. No nível mais alto, a alegria é independente. No nível mais baixo, o ser goza alegria ao ver seu reflexo no espelho, que nada mais é que seu relacionamento com os outros. No nível mais alto, o ser goza alegria ao estar consigo mesmo. Por esse motivo, no nível inferior a alegria acontece num momento. Mas no nível superior ela é permanente.

Para sentir alegria permanente, temos que encontrar o ser. E como podemos encontrá-lo? Bem, através das outras pessoas, encontramos apenas o seu reflexo. Mas através da auto-inquirição, podemos encontrá-lo e saber como ele é. O ser é pura alegria! Assim, quando a alegria depende dos outros, ela é passageira – porque ninguém pode estar conosco a vida inteira; ninguém fica em frente de um espelho a vida inteira. Quando a alegria é oriunda do encontro direto com o ser, então ela é permanente, porque ele está sempre conosco. Saber disso é uma questão de descoberta, então descubra isso, a alegria será a conseqüência perene.

Edson Carmo

quarta-feira, 9 de março de 2011

A EMBALAGEM E O PRESENTE


O carnaval deste ano acabou, foi mais uma edição da exibição de belos corpos. Muita “beleza” por fora, e por dentro, muita intenção desrespeitosa e até criminosa. Carnaval é isso: “beleza” na fachada, e por trás muita violência e morte – infelizmente.

Para mim, tudo que é exibível não passa da embalagem de um “presente”, que ao ser desembrulhado, pode apresentar-se bom ou muito ruim.

Neste mundo, as pessoas costumam escolher pela embalagem (aparência), o que elas não lembram, é que terão de ficar mesmo é com o conteúdo interno – ou seja: aquilo que está do lado de dentro da embalagem.

Quando se escolhe pelos seios, pelos glúteos, pelos olhos, pela boca, pelos cabelos – ou qualquer coisa exibível –, também é bom lembrar que se levará para o convívio, os traumas, os ciúmes, as violências, os demônios todos que estão dentro da embalagem. Portanto é bom saber primeiro do conteúdo interno, para depois se apropriar do externo.

Lembre-se do famoso ditado popular: “quem vê cara, não vê coração” e ainda: “nem tudo que reluz é ouro”

Edson Carmo

terça-feira, 8 de março de 2011

A todas as mulheres, ofereço meu amor e respeito



Um beijo cheio de afeto no coração de todas as mulheres.

Edson Carmo

sexta-feira, 4 de março de 2011

EU TE AMO? O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO?!


O amor não está reduzido a uma frase vulgar, a um condicionamento verbal popular... Dizer “eu te amo”, não é amar! O amor não é algo que possa ser exprimido em palavras, não é algo que se possa contar. Não tente, não existem palavras para expressar o amor, não existem discursos que possam descrever o amor. O amor é um fazer constante e espontâneo, não um dizer momentâneo.

Mas quando alguém sente apego; quando alguém gosta de alguma coisa, então essa pessoa diz: “eu amo...” O que é isso de fato? O que isso significa? Isso não significa nada além de uma gravação verbal. As pessoas vivem dizendo isso para qualquer coisa. Elas dizem isso sobre os seus chinelos e, no entanto, os usam debaixo dos seus pés.

Isso é amor? O amor é isso: carregar algo que se diz amar debaixo dos pés?!

Se a pronuncia da frase “eu te amo” for amor, então o que se sente por um ser humano é a mesma coisa que se sente por um chinelo, por que a ambos se diz isso.

O amor verdadeiro não se diz em palavras, é um gesto interminável, uma ação perenemente agradável. Lembre-se disso!

Agora, gostaria de avisar a todos, que estarei em retiro, em meditação, satsang, e oração, nesse período de carnaval. Felicidade e Paz a todos. Até a volta!

Edson Carmo

quinta-feira, 3 de março de 2011

O FALSO MESTRE E O VERDADEIRO MESTRE



O falso ensinamento e o verdadeiro ensinamento


Existem dois tipos de educação. Uma é verdadeira, e a outra é falsa. Uma é natural, e a outra é artificial. A base do artificial consiste no parecer sem ser – e essa é a falsa transformação.

Observe: eliminar a prática do mal por meio do conhecimento, não é a mesma coisa que esconder a pratica do mal por trás do conhecimento. Livrar-se da escuridão por meio da luz, é diferente de livrar-se da escuridão para adquirir a luz. Como é possível livrar-se da escuridão antes da manifestação da luz? Não, não é possível, remover a escuridão antes da chegada da luz!

Mas os falsos mestres ensinam as pessoas a fazerem sem antes serem – o que cria toda a falsidade! Eles dizem: não proves, não toques, não manuseies... E as pessoas se afastam das coisas por fora, sem que tenham se afastado, se libertado por dentro. Elas apenas aprendem a realizar por fora, aquilo que não realizaram por dentro. Aprendem a sorrir, enquanto estão tristes. Cada um aprende a cantar, enquanto sua natureza é murmurar...

Conheça a Verdade, acenda a Luz! Você não precisa empurrar a ignorância, a escuridão para fora; você só precisa deixar entrar a Luz. Lembre-se, seu trabalho é só um: conhecer a Verdade, pois ela é quem liberta.

Edson Carmo

quarta-feira, 2 de março de 2011

UM MÉTODO DE TRANSFORMAÇÃO


Todos nós, inicialmente, somos matéria prima a ser trabalhada. Porém, a matéria prima não pode evoluir sem os encontros. E existem dois tipos de encontros: o encontro com o artista e, o encontro com o apreciador. O artista é aquele que coloca valor na matéria prima, transformando-a em arte, e, o apreciador, é aquele que reconhece o valor e paga por ela.

Há encontros que são formões necessários para as nossas mudanças; são eles quem determinam as nossas formas; quem causam em nós transformações – esse é o encontro com o artista, com aquele que nos eleva da condição de matéria prima para a condição de obra de arte.

Quem pagaria muito por um tronco de árvore? Quem daria valor a um bloco de rocha?

Uma bela escultura de madeira, antes foi um tronco de árvore. Uma escultura de mármore, antes foi um bloco de rocha. Mas a passagem de um estado para o outro, se deu por meio do atrito, do desbastar, do talhar...

Com esse entendimento, não fuja dos encontros, dos relacionamentos. Uma vida que começa e termina sem transformação, não é vida! Portanto, não deixe que os atritos, os conflitos que surgem nos relacionamentos, sirvam para uma outra coisa que não seja tirar os excessos, as cascas, as arestas... Permita com que eles lhe transforme numa pessoa melhor.

Para surgir uma obra de arte, é necessário o encontro e também o atrito – não existe outra forma de surgir a obra de arte e a apreciação.

Edson Carmo