segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

APORIA


A palavra “Eu”, geralmente é usada como uma aporia, uma dificuldade lógica, porque a maioria das pessoas usa essa palavra, sem saber nem mesmo o seu sinônimo.

Quando perguntamos a uma pessoa, o que ela quer dizer quando utiliza a palavra “Eu”, geralmente ela aponta seu corpo, ou seu nome, ou sua função na sociedade, ou um conhecimento, uma crença que ela tem de si... – e a palavra “Eu”, tem como sinônimo, tão somente as palavras: bem e bom.

É assim que num ato de aporia, o ladrão diz ao seu comparsa: “Eu quero roubar aquela loja, e você vai me ajudar!”

Agora pense comigo, quem está falando? Será o bem? Será o bom? Será o “Eu”? Será que as pessoas quando tomam a palavra “Eu”, sabem do que estão falando?

Nitidamente as pessoas não sabem o que estão falando, daí o esforço dos mestres para que as pessoas conheçam a si mesmas. E conhecer a si mesmo, significa DESCONHECER o que se aprende como ego e o que se tornou como ego. Conhecer a si mesmo é: DESCOBRIR o bem, o bom e o belo que a gente É.

Então, que todos digam: “Eu sou bem, bom e belo.” Não digamos mais: “Eu sou ladrão, fofoqueiro, pobre, ruim, infeliz, feio...”, essas coisas são entidades, identidades impostoras, condicionamentos, enfermidades causadas pelo meio... Nós não somos isso.

Conhece a ti mesmo e negue isso que você tem chamado de “Eu”.

Edson Carmo

sábado, 26 de fevereiro de 2011

COMO FAZER A ESCOLHA CERTA



Acidentes acontecem! É impossível deixar de se deparar com situações indesejadas. Na vida, acontecem coisas agradáveis e desagradáveis; e diante delas, uma escolha se deve fazer. Mas há os que fazem a escolha certa, e há os que fazem a escolha errada. Há os que dizem: “eu sou infeliz porque isso me aconteceu” – essa é a escolha errada!

Por que é a escolha errada? Observe, essa escolha, essa conclusão, está baseada no ACONTECER e não no SER, e o ACONTECIMENTO é passageiro, e o SER é permanente. Aqui, eu estou tomando a palavra ACONTECER no sentido de EXPERIÊNCIA, e a experiência sempre passa, mas o EXPERIMENTADOR fica. Então, se uma pessoa entende que ela (o SER) não é a experiência, e sim o experimentador, então automaticamente ela se liberta do sofrimento “proposto” pelo acontecimento.

Apenas com essa percepção, é possível se separar da experiência. Apenas com essa percepção, é possível negar o que precisa ser negado no processo: a INFELICIDADE. Porque essa é a conclusão errada, a escolha errada. A felicidade e a infelicidade estão em você, mas não é você! A questão é que você se alegra com a felicidade e sofre com a infelicidade. Mas lembre-se: você nem é feliz, nem infeliz. Felicidade e infelicidade são escolhas. Você (seu SER) está para além das escolhas, separado delas, e por isso, pode escolher. Se você pode escolher, então escolha o certo, escolha o que faz bem – não podemos evitar os acontecimentos, mas podemos escolher algo que traz contentamento.

Edson Carmo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O SEGREDO PARA VENCER O MAL


Quando constituímos relações com outras pessoas, com quem ou com o que de fato estamos nos relacionando? De imediato pensamos estar nos relacionando com um homem ou com uma mulher; com alguém negro ou branco, gordo ou magro; com alguém culto ou ignorante; com alguém rico ou pobre... Mas será que a relação é somente com o que pode ser percebido pelos sentidos? É claro que não! Mas as pessoas estão se relacionando, confiando apenas na aparência. E esse é todo o problema da humanidade. Essa é a base de todo o conflito.

Perceba, quando nos relacionamos com as pessoas, estamos nos relacionando também com a felicidade ou com a infelicidade que reside nelas. Como a mais comum, a mais abundante, é a infelicidade, então devemos estar cientes de que ao nos relacionarmos com as pessoas, teremos a possibilidade maior de estarmos nos relacionando com a infelicidade que com a felicidade.

Infelicidade se alimenta de infelicidade. A infelicidade não pode se alimentar da felicidade, porque a felicidade é uma energia incompatível – é como água e fogo. Na bíblia, o Apóstolo São Paulo diz aos Romanos: “vençam o mal com o bem”. O que isso significa? Isso é um segredo esotérico; significa que com o bem o mal não tem como se alimentar, então ele morre.

Portanto, se você se relaciona com uma pessoa, e essa pessoa lhe agride: não reaja com agressão, porque o infeliz que vive nessa pessoa está tentando gerar infelicidade em você, a fim de que ele possa se alimentar.

Quando o mal vier contra você, vença dando a ele o bem. Com o bem não há como o mal se alimentar...

Edson Carmo

sábado, 19 de fevereiro de 2011

OS OLHOS SÃO SEUS ESCRAVOS E NÃO OS MESTRES



Os olhos são guias do corpo. Se o guia está apontando a direção correta, todo o corpo permanece no bem. Porém, se o guia está guiando pela direção errada, todo o corpo permanece no mau.

Os olhos são serviçais do corpo. São os olhos quem ajudam o corpo a fazer as coisas. São eles quem indicam onde os pés devem pisar, onde as mãos devem tocar...

Existem vários tipos de olhos: olhos cegos, olhos que se enganam, olhos que vêem.

Cada olhos buscam uma coisa diferente. Os olhos do peixe buscam a isca – e através dela ele morre. Os olhos do jardineiro buscam as ervas daninhas, as formigas, as pragas do solo e das plantas, a fim de direcionar as mãos a destruí-los.

Os olhos sempre buscam aquilo que o corpo – o seu senhor – está procurando. É assim que a mulher casada busca algo diferente da prostituta; o ladrão algo diferente do trabalhador; o perdido algo diferente do salvo; o desoneste algo diferente do honesto...

Há muitas maneiras de ver! Como você está vendo?

Edson Carmo

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PADRÃO DE VIDA E VIDA


Padrão de vida é o conjunto de coisas que você tem: corpo, formação, dinheiro, posição social, bens... É a sua forma de falar, de se comportar, de se vestir... Padrão de vida está ligado às coisas externas, a materialidade. Já a Vida é a Alegria, o Gozo, a Paz que você sente, independente do Fugaz. Vida é Consciência, Amor, Paz, Alegria – independentes das coisas materiais.

Algumas pessoas chagam ao topo do sucesso; alcançam a fama, o poder..., e ficam frustradas porque continuam insatisfeitas. O que acontece?! Ora! O que acontece é que essas pessoas atingiram apenas um alto “padrão de vida”, e não a Vida! Que fique claro: Vida não é “padrão de vida”.

Eu sei que não há como perceber isso facilmente! As nossas escolas, faculdades, universidades, não nos ensinam sobre isso. Elas estão voltadas para desenvolver habilidades, mas não ensinam sobre sensibilidade. Elas trabalham o material, e deixam de lado o espiritual. Ora, nós somos seres materiais e espirituais ao mesmo tempo. Como poderemos ser felizes se não nos realizarmos em nossos dois aspectos? Como seremos felizes se alcançarmos apenas o máximo de nossa metade?

Lembre-se: padrão de vida é o nosso condicionamento e Vida é o nosso contentamento. Padrão de vida é a nossa escravidão e Vida é a nossa libertação. Padrão e vida é prisão da vaidade e Vida é a Liberdade.

Veja como as pessoas estão sobrevivendo – eu não digo vivendo –, elas estão robotizadas, hipnotizadas até mesmo pela moda. Se um artista, se um estilista lança um tipo de roupa, um tipo de cabelo; se eles determinarem um padrão de beleza, então será isso que as pessoas irão tentar fazer, exercer. Assim, onde está a liberdade? Onde está a dignidade?

A Vida é tudo que está em você ou que vem a você de forma natural, e não artificial. Padrão de vida é tudo aquilo que é artificial. Onde você se encontra? No natural ou no artificial?

Pense nisso e responda para você mesmo!

Edson Carmo

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

UM IMPOSTOR CHAMADO EGO


O Ego é um impostor. Ele, através do pensamento, apresenta-se como sendo o Ser. É assim, que ele, de forma habilidosa, consegue enganar nosso corpo.

Nosso corpo é inteligente, ele responder prontamente a todas as situações reais da vida. Assim, se há necessidade de energia, então o corpo desenvolve a fome, e ele mesmo, através dos olhos, do nariz, dos pés, das mãos..., vai em busca da comida. Se há um perigo presente, ele, o corpo, ativa imediatamente seus mecanismos de defesa. Mas esses são apenas dois, dos muitos exemplos que podemos dar!

Mesmo sendo inteligente, o corpo não consegue diferenciar – muitas das vezes – uma situação real de um pensamento. Assim, diante do pensamento, ele encara e reage como se fosse uma coisa real. Se surgir um pensamento dizendo: “eu sou feio”, então o corpo se sente rejeitado e descriminado. Se surgir um pensamento dizendo: “eu não sou capaz”, então o corpo entende aquilo como incapacidade, e aí ele evita os desafios mais fáceis, se esconde deles, e ainda passa a ter medo.

Ego é a identificação com o pensamento daquilo que parece ser, mas que na verdade não é. Ego é a identificação com a superficialidade, com materialidade – que pela própria natureza é morta! Como você pode ser material? Você não é o que você ganhou; você não é o que você tem; você é simplesmente o que você sempre foi; você é o que você é. Lembre-se: você não é material; você é espiritual. Essa é sua natureza, a sua essência.

As pessoas estão pensando serem seus nomes, seus cargos, seus títulos, seus papeis, suas imagens, suas identidades... Essa é a vitória do Ego. Ele conseguiu desconectar as pessoas da realidade e conectá-las a irrealidade. Nada do que você pode “ser” é real. O que você sempre foi, é a única realidade. O nome pode ser trocado, o cargo pode ser perdido, o título pode ser tomado, o papel como o de pai, o de mãe podem desaparecer com a morte do filho. A imagem é transitória, nada disso é para sempre – só você é.

Entenda o que você é, conhece a ti mesmo, negue o Ego. Então, pela primeira vez a vida surgirá para ti. Conhecerás a Beatitude, a Bem-aventurança, a Paz e o Gozo Eterno.

Por viver em uma sociedade egóica, você pode até representar os papéis, mas saiba quem você é. Assim você jamais se identificará com a irrealidade.

Edson Carmo

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O MUNDO COLETIVO, É FRUTO DOS SEUS PENSAMENTOS E DOS PENSAMENTOS DOS OUTROS SOMADOS


O mundo dos homens é feito, é criado, com uma matéria prima chamada pensamento. Qualquer coisa criada pelo homem no mundo exterior, primeiro é criada em seu mundo interior. Como o homem poderia fazer algo sem antes ter um pensamento a respeito? Assim, todas as coisas que o homem está criando do lado de fora, no mundo da coletividade, primeiro foi criada em seu espaço interior.

Por que o mundo dos homens é tão injusto, desigual, conflituoso, violento,...? A resposta para essa pergunta é: quando o homem está pensando, acontecem muitos erros na definição das suas idéias. É como se ele estivesse fazendo uma planta para a construção de um edifício e, na planta, cometesse erros de cálculos estruturais. Ora, quando há erros de cálculos estruturais na planta, também há, no tempo, a fatalidade do desmoronamento da edificação.

Se o homem puder olhar para sua criação interior, se ele puder corrigi-la ainda lá – antes de ser executada no mundo externo –, então não haverá erros no mundo exterior, no mundo da coletividade, esse que todos estão criando. Assim, também não haverá calamidades e nem os sofrimentos decorrentes dela.

Lembre-se: se os pensamentos estão fluindo pelas fontes da raiva, então o mundo exterior será uma criação da raiva – terá o seu mesmo conteúdo, seu mesmo material, seu mesmo potencial. Como a raiva pode amar? Como a raiva pode fazer o bem? Como ela pode ser poética?...

Eu estou criando o meu mundo; você está criando o seu mundo; nós, todos juntos, estamos criando o mundo em que vivemos coletivamente. Daí o motivo da multi-diversidade, das diferenças e desigualdades, dos conflitos...

O mundo exterior, o mundo da coletividade, é a manifestação dos pensamentos humanos somados.

Pensamentos são fenômenos da mente. A mente é uma criação humana, social. O humano é falho. Esse é o motivo de todos os erros.

O homem precisa criar o mundo exterior através do seu Ser. Porque no Ser somos todos um; porque o Ser é sua parte Divina. E o Divino não falha. Se o homem construísse o mundo pelo Ser, então permaneceria no paraíso, jamais conheceria o inferno.

Edson Carmo

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

RELACIONAMENTOS PURAMENTE HUMANOS



Veja o que ocorre na maioria dos relacionamentos: geralmente o que uma pessoa pensa ser, é o que está se encontrando com o que ela acha que a outra pessoa é. O contrário também é verdadeiro! Perceba, dificilmente há relacionamento com o Ser. Geralmente há relacionamento apenas com a parte humana.

O filho encontra-se com a mãe. Quem é a mãe? A mãe é a mulher que o dá de comer, de beber; aquela que o possibilita viver... O que é a mãe? Nesse sentido, mãe é um papel! O que ela faz? Desempenha uma função! Assim, o filho está se relacionando com o papel de mãe, com as funções da mãe; e a mãe, se relacionando com o papel de filho e com as funções do filho.

No entanto há o ser, esse que fica desconhecido, esse que não tem papel e nem função social. O humano é a forma, o ser é sem forma. É por isso que não há relacionamento com o ser, porque ele, não dá para a gente ver.

Na dimensão humana, mãe e filho são diferentes. A mãe é maior, o filho é menor. A mãe é mais forte, o filho mais fraco. A mãe e mais velha, o filho é mais novo. A mãe tem poder, o filho não tem querer... Nessa dimensão não existe igualdade, só desigualdade. No campo humano há muitas diferenças, e são essas diferenças que estão se relacionando – daí todo o conflito!

Mas no ser, somos todos iguais. Somente além da forma, além do humano, no ser, somos iguais. E somente além da forma podemos ter relacionamentos de verdade e encontrar o amor verdadeiro.

Quando encontrar com qualquer pessoa, por um momento esqueça os papeis as funções, o humano. Olhe para o ser, você irá perceber que ela é semelhante a você. Então, pela primeira vez, você verá a igualdade, e com isso a amará de verdade.

O filho, primordialmente não busca o papel de mãe, as funções de mãe. Ele quer o seu ser, o ambiente onde ambos são iguais, onde não há desigualdade, conflito...

No dia em que o homem aprender a relacionar-se com o ser, algo divino irá acontecer.

Edson Carmo

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ACORDAR DO ESTADO ACORDADO É ILUMINAÇÃO


Dormindo, quando se entra no estado do sonho, tudo parece real. Há estradas, casas, móveis, imóveis... Há as cores, os sabores, os odores... No sonho, lá estão às pessoas: algumas desejadas, e outras rejeitadas... Lá, no estado do sonho, afloram todos os sentimentos, todos os tipos de pensamentos... Muitos acontecimentos se desenrolam lá. E para quem está sonhando, tudo é real, porque quem sonha, nunca sabe que está dormindo. Pensa que está acordado!

No sonho, o sonhador sente dor, sente amor... Lá, ele ganha, ele perde, ele compra, ele vende... No sonho, o sonhador tem fome, tem sede, tem medo... Lá, ele se alegra, e também se entristece...

No sonho, o sonhador quer ficar bonito, lindo, atraente... Então ele precisa da roupa, do perfume, de cuidar do cabelo... Mas para isso ele tem que ganhar dinheiro. Então, no sonho, ele vai trabalhar e lá ele começa ganhar.

Veja, no sonho muitas coisas acontecem. Para o sonhador tudo é real, ele não percebe que o sonho é irreal. Ele acredita nos acontecimentos, nos sentimentos, nos pensamentos, na sua visão, na sua audição... Ninguém pode convencê-lo da grande ilusão.

Mas chega o momento em que o sonhador tem de acordar. É aí então, que ele percebe que estava a sonhar. Agora, ele só precisa acordar do seu estado acordado, porque esse estado também é um sonho, uma ilusão. Entender isso, conseguir isso, é iluminação.

Edson Carmo

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DIVORCIANDO-SE DO SER E CASANDO COM A PERSONALIDADE


Existe o ser. Porém esse ser é invisível – é espírito. E para que esse espírito se manifeste no mundo visível, ele se utiliza do corpo físico.

O corpo físico, para viver e se relacionar com o mundo visível, desenvolveu a mente. Essa mente, deveria ser apenas um instrumento, para que esse corpo – manifestação do ser – pudesse viver, conviver e compartilhar no mundo visível.

Porém, com o acumulo das experiências do corpo físico, a mente formata o seu ego – a sua personalidade! O que é essa personalidade? São as crenças que acumulamos desde criança, essa do tipo: “você é mal comportado”, “você é bem comportado”, “você é bonito”, “você é feio”, “você é branco”, “você é negro”, “você é o cara...” É a partir destes ensinamentos que a personalidade é formatada e o corpo físico começa a perder o contato com o ser – porque ele fica dentro de uma fôrma definida, uma prisão, uma separação.

O fim da ligação do corpo físico com o ser é o ego. O começo do apego do corpo físico com a materialidade é o ego.

A separação do corpo com o ser é a origem de todo medo e sofrimento – ego é medo e sofrimento! A separação faz com que o corpo tenha contato apenas com as coisas que ele conhece – o que podemos chamar de passado: “o que eu fiz”, “o que eu não fiz”, “o que me aconteceu”, “o que eu senti”, “o que eu vou fazer?”, “o que eu não vou puder fazer?”, “o que será de mim?”... No momento em que o corpo apega-se ao passado, ele também projeto o futuro. É isso que faz com que ele não vida mais o agora, a vida e se desconecte do espírito, do seu ser.

Assim, tornar-se uma pessoa, uma personalidade, é perder-se do ser, da realidade, da verdade.

Edson Carmo