terça-feira, 27 de abril de 2010

O MAIS PROFUNDO SILÊNCIO



Pergunta:

Às vezes fico só, sem música, sem ruídos externos e etc., e ainda assim não consigo calar o barulho interno. Como encontrar o Silêncio?

A Resposta:

Para perceber o silêncio é necessário remover o som interior, e não o som exterior. O som interior é o espírito das palavras, e as palavras a alma dos pensamentos. Como as palavras existirão sem o som? Como os pensamentos existirão sem as palavras? Elimine o som interior e não haverá nenhuma palavra. Elimine as palavras e não haverá nenhum pensamento. Remova os pensamentos e ficará apenas o silêncio. Na verdade é o pensamento que não permite a percepção do silêncio, e não o barulho que se processa no exterior. Faça cessar os pensamentos e então perceberás o único e verdadeiro silêncio. Esteja circundado no mais intenso barulho, sem pensamentos, e ali estará um profundo silêncio.

Assim, não te tocará o barulho exterior, quando tiveres penetrado o silêncio interior.

Lembre-se: O silêncio está sempre lá, não pode ser removido, ele é o espaço e não o objeto. Os objetos vão e vem, podem ser trocados, podem ser eliminados... E quando eles estão lá, eles impedem que você veja o espaço. Remova o objeto, remova o pensamento, você ficará de frente com o silêncio.

Edson Carmo

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A IDENTIFICAÇÃO COM A MENTE E A PERDA DE SI MESMO


Nos tempos primitivos, estava o homem em um corpo frágil, desprotegido; morando nas árvores, nas cavernas... Esse corpo era indefeso e não tinha como sobreviver nem mesmo ao veneno de uma pequena serpente – bem menos a força do ataque de um leão.

O homem estava com medo, não podia dormir sossegado, havia muitos predadores espreitando-o a noite. Mas o homem descobriu que tinha algo a mais que seus “inimigos.” O homem tinha a capacidade de pensar, raciocinar, projetar... Foi então que o homem desenvolveu a mente, e essa mente lhe trouxe as “soluções”: defesas e armas.

Agora o homem estava forte, protegido, superior... – soberano entre todos – daí a identificação com a mente. Então o homem disse: “eu não sou o corpo! Eu sou a mente!” E desde aí o homem tem vivido como se fosse ela.

Olhe para o fenômeno. Se você disser a alguém: “você é um doente do corpo”, muito provavelmente essa pessoa não vai se irar – e até vai procurar se tratar. Mas se você o disser: “Você é um doente mental”, muito provavelmente ele ou ela vai se irritar – irá lhe dizer: “louco é você!”

Ora, o corpo é visto como um servo, e ninguém quer ser um servo. Mas a mente é vista como o senhor, e todos querem ser senhor.

Assim nasceu a identificação com a mente. e também foi assim que o homem se perdeu de si mesmo.

Edson Carmo

sábado, 17 de abril de 2010

EFEITO E CAUSAS


Vemos muitas coisas horríveis neste mundo e dizemos: “Que sentido há nisso?”

Uma coisa terrível acontece com um e traz um alerta para uma multidão. Alguns cometem erros, se dão mal, e isso serve para o arrependimento de muitos.

Se tirarmos uma peça de um quebra-cabeça e mostrarmos para alguém, então isso parecerá sem sentido, porque a mente humana não pode entender fragmentos, ela só pode entender o completo. E o mundo é um grande quebra-cabeça e cada peça deste quebra-cabeça é um acontecimento.

Cada momento é o que é, porque não pode ser outra coisa. E os momentos ruins devem funcionar como uma reflexão profunda. Porque quanto mais seres humanos vejam a loucura da mente, mais mudança chegará a este mundo.

Portanto não entre na loucura, se não você se tornará louco, louca. Você pode olhar para a loucura, perceber, mostrar a sua conseqüência aos outros, mas não deve lutar com ela – ela lhe arrastará para dentro dela. É isso que acontece: violência gera violência. Se você lutar contra um homicida e matá-lo, será homicida também. Seja bom apenas em mostrar o mal, para que a visualização dele traga mudança a todos.

Edson Carmo

terça-feira, 13 de abril de 2010

VOCÊ É O MUNDO...



Ouvi dizer em algum lugar: “Você precisa ser a mudança que deseja ver no mundo.”

Muitos veículos de comunicação hoje dizem: “precisamos fazer algo pela humanidade.”

Mas quem é a humanidade?!

Em primeiro lugar, precisamos entender que se quisermos fazer algo pela humanidade, temos de entender que individualmente somos a Humanidade. Humanidade como habitualmente se entende, é uma palavra, um conceito abstrato, não existe. Humanidade é o Ser Humano, você é a Humanidade, o indivíduo é a Humanidade.

Em segundo lugar você precisa descobrir se esse Ser Humano – Você – está em equilíbrio. Então pergunte: “Que consciência tem as minhas ações?” Isso é fundamental saber, porque o seu estado de consciência determina o mundo que você tem. Portanto antes de realizar qualquer coisa, olhe para dentro de você, observe, investigue, descubra se você está gerando negatividade, perturbação, conflito... Faça uma pergunta do tipo: “Será que com isso não estarei gerando conflitos e sofrimentos para mim e os outros?” Veja se não está gerando um ato externo por meio de uma poluição interna. Faça as coisas com pura consciência.

Quase todas as ações externas são frutos dos pensamentos. Mas as pessoas não têm consciência de como estão seus pensamentos! Elas não sabem o que eles estão produzindo! Elas não se perguntam: “Quais as motivações, quais os sentimentos que meus pensamentos estão produzido?”

Jesus disse em sua cruz: “Pai, perdoa porque eles não sabem o que fazem”. Em outras palavras podemos dizer que Jesus estava dizendo que a humanidade está se movendo por meio de forças inconscientes, na inconsciência de fluxos mentais e emocionais – nada mais.

Há uma disfunção generalizada na mente humana, e se não houver uma mudança nisso, então a disfunção nos destruirá! Já está nos destruindo! A única solução para a espécie humana é conhecer a Verdade, somente isso a libertará.

Edson Carmo

sábado, 10 de abril de 2010

A DESFORMAÇÃO DO EGO


As experiências que são acumuladas, os aprendizados, os conhecimentos, os condicionamentos, a lembrança dos sucessos, dos fracassos, dos sofrimentos, os relacionamentos... Todas essas coisas compõem aquilo que chamamos de “ser.”

Por um momento peço que imagine que você não tem um nome, um título de formação, uma identidade, uma nacionalidade – o que lhe parece essa situação? O que resta se você não tiver mais nada disso? O que acontece se você não for mais esses nomes, nem o que está acumulado nesse corpo/recipiente?

Observe, os nomes são sons que saem das bocas. Quando não são pronunciados ainda restam imagens na cabeça – e isso é o que costumeiramente chamamos de nosso “ser.”

O que acontece quando você não acredita ser esses nomes? O que acontece quando você não se considera as suas experiências acumuladas? O que acontece quando essas coisas estão lá, mas não são mais consideradas o seu Ser?

Quando isso acontece, às coisas passam a acontecer apenas à forma, porque não há mais formação do “ser” através disso. Então lá agora só existirá uma testemunha, um observador, um campo de percepção – que é o que você É, o seu Ser verdadeiro.

As histórias que você vinha contando a você mesmo em sua cabeça sobre quem você é, se tornaram sem importância. Não lhe dá mais uma identidade, porque você não deriva o seu "ser" da história, da história que foi formada em sua cabeça, essa que é apenas, um conjunto de nomes, imagens, experiências acumuladas, conhecimentos acumulados... O falso “ser” derivá-se desta acumulação, mas o verdadeiro Ser não.

Cada experiência é conteúdo, lembre-se você é o frasco. Na verdade você é o observador, a testemunha, o espaço onde tudo acontece. Quando você vive no fictício senso de “ser”, você está sempre procurando por coisas que possam fortalecer o falso “ser.” Mas quando você conhece a verdade, então você É completo.

Você pode perder, você pode acrescentar conteúdo a este senso de “ser”, e tal ilusão de “ser” nunca estará completo. E é isso que as pessoas estão chamando de Ser, mas isso é o EGO.

Edson Carmo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

DE UM DIÁLOGO COM UM QUESTIONADOR


A Pergunta:

Como posso interpretar corretamente as pessoas que estão diante dos meus olhos? Como posso tomar consciência delas? Como posso falar corretamente a elas? Como posso contribuir para um bom relacionamento?

A Resposta:

Mente é basicamente passado. Todo fazer do homem é pela mente, por isso mesmo o homem se conduz inconscientemente.

Consciente é aquele que olha para os outros sem olhar para si. Se aquele que interpreta, interpreta através de si – através de suas experiências do passado –, então ele não estará olhando para o ente presente, o que está em interpretação. Ele estará olhando para si mesmo, vendo a si mesmo, e nada mais! Quando se fala pensando em si, então será impossível falar a outro – simplesmente pelo fato de estar falando de si mesmo e a si mesmo.

Portanto ao contemplar um ente, deixe seu passado de lado, deixe sua mente de lado – ambos devem permanecer ausentes. Só então você poderá entrar profundamente nele, livre de qualquer comparação. Então verás o outro como ele é, e não conforme uma idéia de si mesmo... Então poderás te ajudar e ajudar o outro.

Edson Carmo

domingo, 4 de abril de 2010

O MECANISMO DO RITUAL



As pessoas estão buscando o mundo espiritual através do ritual... Mas quantos sabem como funciona o ritual? Será que quem elabora o ritual sabe o que está fazendo? E quem pratica o ritual elaborado, será que sabe o que está fazendo? Por que existem tantos rituais e tão pouca espiritualidade? Por que os “cristãos” com todos os seus rituais não conseguem serem réplicas de Cristo?

Há muita confusão neste campo, porque cada um quer ser sem nada fazer. Cada um quer andar sem antes engatinhar. Cada um quer se formar sem antes se alfabetizar. Cada um quer ser espiritual sem antes desconstruir o carnal. Muitos querem ser mestres sem antes se tornarem discípulos... Mas ninguém pode conhecer o corpo espiritual sem antes superar os corpos superficiais. Como uma faca pode atingir o interior antes de perfurar o exterior? Como o Cristo pode entrar em tua casa sem antes abrires para Ele a porta?

Teu corpo precisa da terra, mas teu corpo não pode comê-la diretamente. Você não pode nutri o corpo diretamente com a terra. Então você cultiva a terra, planta uma semente na terra; daí a semente tira o alimento da terra, transforma-o e só então comes da terra os seus legumes, as sua frutas... Teu corpo precisa do pasto, mas teu corpo não quer comê-lo diretamente. Então teu corpo toma o leite da vaca – porque a vaca transformou o pasto em algo que consegues consumir.

Assim, teu corpo físico precisará transformar o ritual em algo que a alma possa consumir. A alma por sua vez terá que transformar este algo em alimento para o espírito. E só então teu espírito estará vivificado e, pela primeira vez, serás um homem ou uma mulher espiritual.

Edson Carmo

quinta-feira, 1 de abril de 2010

RETIRO



UMA BOA PÁSCOA A TODOS!!!

A partir de agora até 05/04/2010 estarei ausente da BLOGOSFERA. Dia 06/04/2010 retomaremos nosso convívio virtual. Um abraço em todos e até a volta.

Edson Carmo